Aleijado que rasteja sem saber para onde ir...
Mudo que no silêncio enaltece as palavras...
Doente que não quer cura...
Não é tempestade...
Não é bonança...
É maresia...
Buscador em todo o seu dia...
Ignorante que finge ter sabedoria...
Essa é a dor que lhe anestesia...
Madrugada adentro...
Rola no leito...
Socando seus travesseiros...
Se ajeita...
Medo do que tem no futuro...
Lembrando de seu passado...
Quantos enganos...
Muitos foram amargos...
No presente...
Um cântaro de lágrimas derramado...
Agonia...eterna companhia...
Sorriso amarelo...
Demostra medo do sorrir...
Medo de abraçar...
Medo de sentir...
Não vê nos olhos alheios...
Uma dor tão grande ou maiores, iguais as suas...
Cheio de trejeitos e de boas maneiras...
Um cavalheiro errante que se faz galante...
Entre olhares perdidos...
Procura amantes...
Saudade está sempre ao lado...
Corriqueiro é um fato...
Sonha com passado...
Tal qual o imagina..
Alma imortal...
Vida vazia...
Pensa sempre no que fazer...
Sonha sempre...
Todos os dias a fio...
Logo se põe a esquecer...
Um passo adiante...
Outro a retroceder...
Assim vão passando os dias...
Na rotina por merecer...
Lhe resta então...
Aos céus erguer seus suspiros...
E agradecer...
Chora...
As lágrimas são quentes...
Que escorre pela máscara fria...
Em seu jardim...
Na aurora...
Aguarda as flores...
Para alegrar a sua alma...
A madrugada virá...
Resta esperar...
E se for concedido...
Mais uma graça...
Outro dia irá recomeçar...
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