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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Palco

 



Dono de quê?

Se nem dono de mim eu sou...

Sonhos confusos...

Almejando ao coração ressuscitar...

Com tão pouco tempo a pensar...


Devaneios em barcos de desejos a qual me entrego...

Só assim me reconheço...

Quando a vida com o látego me fustiga...

Finjo não ver a realidade sentida...


Na pura ausência das coisas...

Um palco: eu e a lua...

O terror de pensar no fim da peça...

Louvando por estar em cena...

Ainda...


Mas o futuro insiste e persiste...

Em rasgar as cortinas...

Escurecer as estrelas...

Devorar a noite...

Massacrar o dia...


Na arte de perder-se não há nenhum mistério...

A cada dia um pouco perdemos...

Embora, até o momento, não percebi o quanto tenha mudado...


Quem me quiser que me chame...

Ou que me toque com a mão...

Antes que a peça termine...

E só reste silêncio e escuridão...


Sandro Paschoal Nogueira 


facebook.com/conservatoria.poemas

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Um segredo


 


UM #SEGREDO


Eu queria contar-lhe que a vida é também isso:


Não há sossego...

Para quem está cansado de esperar...

Segue até ao fundo de existir...

Faz-se velho...

Esfria-lhe a alma...

Sente a fúria fria do destino...

Sente tudo de todas as maneiras...


Sou o único a bordo do meu barco...

Ao meu redor...

Apenas monstros...


O mais temido veneno é o tempo...

Nascemos carne....

E a cada dia vamos nos  transformando em sonhos...


Sandro Paschoal Nogueira 


facebook.com/conservatoria.poemas

Momentos


 

#MOMENTOS 


Amor imenso que também é cego...

Não há luar...

Não há estrelas...

Não sei o que vejo...

Amar eu posso até à hora de morrer...


Acordo...

E ainda que o caminho me espante...

Ainda que acordar seja

morrer aos poucos...

Amo...


Relembro o que fiz e o que podia ter feito na vida...

Quando o futuro me causa medo...

Todos os meus próprios momentos...

Ilusões e verdades...

Nesse espaço e tempo...


O que só agora claramente vejo...

Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonho...

Nos destinos que não desvendo...

Vou amando...

Meus momentos...


Sandro Paschoal Nogueira 


facebook.com/conservatoria.poemas

domingo, 11 de setembro de 2022

Quem me dera


 

#Quem me #dera


Tentei fugir das sombras que me perseguiam, mas desisti...


Entre bares, nos fundos dos copos, tentei te encontrar.


Todo o amor que nos prendera desfez-se como asas de cera...


Quem me dera...

Quem me dera...


E por vezes as noites me cobrem de angústia...

Tortura-me os dias...


Vivendo sem no entanto ...

Esquecer-me desse encanto...

Que perdi...


Hoje...

Na esquina de cada rua...

Sem ti...

Vagando...

Eu sou...

Tal como a lua...


Sandro Paschoal Nogueira 


facebook.com/conservatoria.poeta

Sonho


 

#SONHO


Sonho absurdo...

Chamado realidade...

Desprevenido menino...

Diante mundo de maldades...


Deixe-me ver a vida...

Tal como eu queira...

Afaste de minha essas sombras...

Que me fazem chorar...


O mundo não se modifica...

E às vezes viver cansa...

Os homens são os homens...

E os ignorando...

Teimo em sonhar...


Teimoso em viver...

Ninguém vê minhas lágrimas...

Mas eu choro ...

Confiante e ansioso por mais querer...


Melodia de silêncios...

Em meus ensandecidos pensamentos...

À procura do eterno...

Perdido...

Sem nada saber...


Tão longe de mim...

Onde meus sonhos estarão?


Paschoal Nogueira 


facebook.com/conservatoria.poeta

Relaxado


 


#RELAXADO 


Sujo...

Porco e fedido...

Encostado no balcão...

Bêbado sem sentido...


Cada passo sobre a terra com seu pé cascudo...

Ouvir-lhe.…

Embriagado...

Custa-me  suplicios...


Deixemos aos nossos lábios os murmúrios...

Da mulher fácil...

Do homem impuro...

Do pederasta sem escrúpulos...


Da palavra jamais pronunciada...

E que não vou pronunciar...

Do resto que sobra na madrugada...

Da alma tão perdida quanto...


Passos sem rumos...

Higiene, cuidados lhe faltam...

Vive por viver...

Em floresta abandonada...

Nunca encontrou a quem pudesse chamar de amada...


Em total ausência de ser...

Estima própria é desprezada...

O que ganha e consegue...

É vitória a ser comentada...

Enquanto se esvai...

Em doses de cachaça...


Em fila descontínua...

Vive e segue adiante...

Será que pensa ser importante?


Mas o nada é aos olhos de muitos o todo...

Só um humano sujo e deselegante...

Bem aqui à minha frente...

Roto, esfarrapado...


A bebida faz-me ver...

E também julgar sem saber...

Mas sinceramente afirmo...

São almas que prefiro desconhecer...


Se o corpo é sujo e relaxado...

O mais não quero saber...

O mínimo de cuidado consigo não tem...

Quem sou eu ?

Quem é ele?

E quem é você?


Paschoal Nogueira 


Caminhos de um poeta

Paquera


 


Portão sem tranca...

Qualquer um entra...

No fundo do copo...

A verdade ausenta...


O que é feio...

Torna-se bonito...

Vistas embaçadas...

Nada faz sentido...


Meus Deus o que faço agora?

O tempo urge...

As horas dançam...

A noite é fria...

Pesa a balança...


Jogo de olhar não é suficiente...

Tudo bem...

Está mau vestido...

Meu coração arde...

Ao sonhar já despido...


Tem a cor de meu pecado...

Será o cheiro bom?

O gosto imaginado?

Madrugada começa...

Não imagina...

O que tenho arquitetado...


Ah esses amigos...

Por que não anda sozinho?

Tudo seria mais fácil...

Pedindo a benção do destino...


Paschoal Nogueira 


Paschoal Nogueira