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quarta-feira, 31 de maio de 2023

Pedras

 



Minha vida se acomoda entre essas pedras...

Aos meus suspiros, que deitando vou...

Dá-me o vento de feição...

Flor de ventura...

Que amor me entregou...


A sede e o vinho onde tudo se esquece...

Me fazem mergulhar no fundo do sonho...

Esse que sou...

Silêncio de grito suspenso... Labirinto desfeito...


Ah como são belas – bem o sei, essas pedras...


Tais quais nos céus as estrelas...

Todas caladas...

Mas tanto amor por elas...


Sonhos meus, suaves sonhos...

Melhores do que a verdade...

Num palácio de ouro...

São elas minhas confidentes...

Meu maior tesouro...

Sombra e luz

 



Em horas presentes de infortúnios e tédios...

Eu choro e espero...


Diante ao vendaval que ruge...

Luto...

Não me entrego...


Tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas...

Junto a toda a gente que eu conheço e que fala comigo...


Em vão tentei quebrar o círculo mágico...

Inútil escapar...

Procurei esconder-me...

Em esperanças...

Em audácias...

Pensei em não mais lutar...


Poetas, que somos nós?

E bater, é bater com alma na bigorna...

Mas vou pelos passeios...


Entre a sombra e a luz...

Meu sonho conduz...


Tirando da alma os bocados precisos...

Nem mais...

Nem menos...

Só o que sinto...


Sandro Paschoal Nogueira

terça-feira, 30 de maio de 2023

Conversa de botequim

 



Ah...

Essas conversas de botequim...

Sem princípios...

Sem meios ...

Sem fim...


Só gente e coisas...

Tudo misturado...

Com ares fétidos...

Com fumo e álcool...


Que matou?

Quem violou ?

Quem queimou e quebrou?


Os copos balançam...

No ritmo dos corpos...

As línguas enroladas...

Cadê o bom moço?


Algum homem digno de ser possuidor?

Do que é oferecido?

São assim o sol, a lua, as estrelas proibidos?


Escolham novos amantes...

Como tragam suas bebidas...

Bêbados...

Babando ...

Contando suas feridas...


O bom não é bom, a não ser

que mil coisas o possua...

Escondem a aflita dor...

No fundo dos copos das bebidas...


Uma certa quantidade de gente à procura...

Perdendo-se entre vozes altas e lamúrias...

Enquanto aparecem os poetas à procura...

De também esquecer suas desventuras...


Amor querido...

Quando teria eu interrompido esse sonho feliz?

Mesmo por ti abandonado...

Entre os ébrios...

Ainda te quero bem...


Olhe-me nos olhos...

E por favor...

Por favor...

Não vá embora...


Sandro Paschoal Nogueira

sábado, 27 de maio de 2023

Despedida

 Despedida de 

Bruno Estevão Mendonça Barreto 




Na angústia sensacionalista de todos os dias sentidos...

Toda despedida é dor...


E dói entregar nas mãos de Deus aquilo que você não pode mais ter...


Falo de mim porque bem sei que a vida é assim...


Meu coração não aprendeu nada...

Recolho assim minhas palavras em versos...

Feitas de lágrimas e silêncios...


Do que quero renego...

Me pesa na vontade...

Recebo o que me é dado...

E o  que me é dado quero...

Mesmo com medo...


E de alma partida...

Só posso clamar aos céus...

Pela vida tal qual entendo...


Sandro Paschoal Nogueira

Persistência

 



Derrubei os muros da mentira...

Apaguei os gestos sem luz...

Retrocedi aos limites do grito...

Ainda persisto e estou aqui...


Tantas coisas desapareceram...

Outras tantas por vir...

Ardem em meu coração as estações...

Ainda persisto...

Estou por aqui...


A minha esperança jorra...

Diante os dias impotentes...

Onde a massa de gente...

Finge estar contente...


Arrebato à morte essa triste visão da vida...

E esse fogo que me arde...

Clama em meu peito, sem alarde...

Persista...

Ainda está por aí...


Sandro Paschoal Nogueira