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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Esperar

 



#ESPERAR


Venho de longe muito longe...

Eu que sempre sonhei...

Vi o tempo passar...

Se o meu coração ainda insiste...

É chegada a hora de triunfar...


A cada noite como um mistério a resolver...

A cada novo dia um recomeçar a viver...

Tecendo o meu destino...

Me importa simplesmente saber melhor o que fazer...


O pensamento tem poder infinito...

Ando no compasso que posso...

E é bom ficar assim, quieto, lembrando...

Sem culpas ou remorsos...


Não busco o que perdi...

Mas o que quero ter...

Enigma que não precisa ser decifrado...

Senda a viver...


Achando-me mais profundo...

Meu amanha traz consigo um desejo ardente de estar comigo...

Tenho as marcas do passado...

Tudo passa e ficam-se os rastros...


Apenas deixe-me contar sobre os sentimentos em meu coração.


Sandro Paschoal Nogueira

Maria-sem-vergonha

 



#MARIA-#SEM-#VERGONHA

Tal qual maria-sem-vergonha flor...
Mesmo sem entender muito bem por que...
Sem vergonha, é isso que sou...

Vício que nunca me curei...
Que se agarra ao meu coração...
Inunda meus pensamentos...
Brotando em qualquer chão...

Fico aqui esperando...
Uma volta que não existe...
Um acaso que virá...
Desejo que persiste...

Esperei e vejo minha vida passar...
Nem sempre me notam...
Mas estou eu cá...

Apenas uma desculpa...
Permito me arriscar...
Quietinho em meu canto...
Aguardando alguém me amar...

Insistente sei que sou...
Dádiva da esperança por Deus ofertada...
Não me vêem beija-flores...
Nem abelhas a me polenizar...

Talvez não seja tão ruim assim...
Não tanto me faz sofrer...
No abandono das noites frias...
Ou nos dias a transcorrer...

Me permito ser algo a mais...
Quando o vento me acaricia...
Por ser flor singela...
Em quantidade enfeito viela...

A ninguém devo nada...
Sou apenas uma Maria...
Maria-sem-vergonha...
Na beira da calçada...

Sandro Paschoal Nogueira





segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Sou poeta

 


#SOU #POETA


Já contei todas as vaidades que senti...

Que devorou parte de mim enquanto vivo...

E no instante em que escrevo esse poema...

Ilustro um sonho...


Quero contar-lhe a beleza que não vês...

A lua no céu, esplendorosa...

As fadas que escondidas brincam...

Nas gotas dos orvalhos...


Que vales a desilusão dos homens?

Diante do tempo que desarvora?

Diante do canto dos querubins...

Enquanto o céu chora?


E por isso sou poeta...

Poeta que respira o suave sono...

A paz, o último bem, último e puro...

Murmurando ao vento o desalento...


Tênue neblina vaga na rua...

Em companhia à minha alma calada...

Diante dos anseios que tive...

Quantas, quantas vidas passadas...


Anos após anos, vem e vão...

Tal qual flor aberta e fresca junto a pedra...

Que agora jaz no chão...


Que pede o poeta de seu amante coração?

Apagar algumas lembranças?

Criar outra ilusão?


A minha alma, talvez, não é tão pura,

Como era pura nos primeiros dias...

Sob o clarão da silente lua...

Nas alta horas, vaga nas rua...


Na triste estância do abandono...

Na esperança em luz no futuro...

Pouso meus olhos fundos...


Vi correr os meus dias...

Vida que fatiguei...

Em toda parte busquei...

Cântaros de alegria, cálices de fel...

Muitos provei...


Noite adormecida...

Nessas horas lânguidas...

Possa novo ardor florescer...

E da crisálida...

Nova alma resplandecer...


Então sim, essa alma de poeta...

Cantará a ventura, o amor e a paz!


Sandro Paschoal Nogueira





quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Tarde







#TARDE


Secretamente, entre a sombra e a alma...

O ocaso da vida...

Uma conversa entre recordações...

E cerveja gelada...


Separando o ontem do amanhã...

Pode ser o tempo de nossa felicidade...

Vivo entre formas luminosas e vagas...

Aqui estou eu...

Minha temporaridade...


Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas...

Caminhos foram ecos e passos...

Deleite meu...


Acho que tenho tudo que quero...

À sombra de coqueiros...


Sandro Paschoal Nogueira




Fúlgido

 


#FÚLGIDO

Longe surge a aurora...
E orvalho aos poucos se evapora...
No céu azul risonho...
Onde meus olhos tão cansados ponho...

Tênue brisa acaricia o rosto meu...
E na arrevoada pássaros contentes...
Fazem-me lembrar...
De sonho que se perdeu...

Tal como anjo...
As asas que Deus me deu...
Minha alma sobe ao céu...

Do laranjal há de cair os pomos...
E  dirá a última estrela fulgurante:
- Ai de nós, que nada somos...

Em flor no fúlgido dia...
Manto de carinho suave e terno...
Arcanjos entoarão seus hinos...
Glorificando o Eterno...

Cada um de nós é  bússola sem norte...
Uns apreciam a vida...
Outros sentem prazer na morte...

Sandro Paschoal Nogueira

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Púrpura

 


#PÚRPURA


Em um desejo meu...

Cor mística igual minha alma...

De cor púrpura...

Mostro-me assim agora...


Com risadas de loucura...

Conto esta crônica encantada...

Tinjo cabelos antes prata...

Mostro-me assim agora...


Que tudo que não tem nome...

Quiçá bem definido...

Que revele sua magia...

No que agora sinto...


Abro a janela visando o jardim...

Caminho sobre as estrelas...

Tão simples assim...


E no grande amor oculto...

Só o vento testemunha...

Um grande amor que é mudo...


Porque quem não se declara...

Parece que não há mais nada...

Como não existisse amanhã...

Memória desamparada...

Púrpura...

Mostro-me assim agora...


Só preciso mais de um sonho cantante...

Vivendo em pensamento...

Se há mais que um mundo...

Não sei como é...

Como será...

Mas que eu tenha asas púrpuras...

Para nas nuvens poder brincar...


Sandro Paschoal Nogueira




segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Cantiga

 



#CANTIGA


Cenas retratam flagrantes da vida...

Tecendo o tempo...

Desatinos vão se completando...

E assim vamos seguindo...

Ano após ano...


Em olhar meio de lado...

Vez ou outra escuto no bar...

Papo furado...


E com esse enredo...

Cheio de cantos...

Sem culpa e sem arrependimento...

Apenas...

Vivendo...


Da insônia madrugada a fora...

Entre um copo e outro...

Vou jogando conversa fora...


Em tudo que aspiro...

O nada vai levar a nada...

Amanhã, talvez...

Possa esquecer alguma história mau contada...


Sem hora marcada...

Sei  que tenho que voltar logo para casa...

Os abraços recebidos...

Nem de todos amigos...

Completaram a lacuna vazia ?

Entoaram alguma cantiga?


Fantasio e invento absurdos...

No que não existe faço acontecer...

Entre bocas ocas...

A conversa fiada me rende...


Sob a lua cheia...

Já tonto...

Me finjo acreditar que isso é viver...


Sandro Paschoal Nogueira