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domingo, 7 de janeiro de 2024

Rumor


 


Do rumor do mundo...

Meus pés vão fugindo...

Desfolham-se ilusões e vão-se sem apegos…

Quero mais óh Senhor...

Um sonho, paz e sossego...


Que sigam em mares amargos...

Ironias, falsos júbilos e descontentamentos...

Que singrem os tolos desejos...

E soprem novas esperanças...

Em meu coração tão ressentido...


Os meus vinhos por mim bebidos...

Em cálices aos céus apresentados...

Nas mesas de meus inimigos...

Tenham-me servido...

Para manter-me o coração alforriado...

E o espírito mais leve fazendo-me da ingratidão ter-me esquecido...


Que rolem e que finjam os mascarados...

Os incansáveis trabalhos não concluídos...

Os desejos gastos e os amores perdidos...


Os mistérios contra mim conspirados...

Não frutifiquem suas sementes...

E que em meus caminhos...

O amor seja sempre doce e clemente...


Se queres saber sua grandeza...

Saibas que nem tudo é perfeito...

Mas que nunca deves perder a pureza...

E que sonhar seja preciso...


Muitas vezes ansioso espreito sigo...

Por caminhos não percorridos...

Atento ao vento e ao seu conselho amigo...

Somos apenas nós...

Que traçamos nosso destino...


Mil vezes abro a boca…

E nada digo...

Outras tantas falo sem pensar...

Podes ser igual a todo o mundo...

Ou diferente como convier...

Só não podes nunca...

Perder a vontade de amar e viver...


Sandro Nogueira

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