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terça-feira, 3 de outubro de 2023

Vácuo morto


 


Não sei por onde ando e para onde vou...

O que tinha de ser já foi...

Da vida que foi e hoje não é...

Já não importa o que vier...


Olhai o meu coração que entre gemidos soluça...

Cidade morta...

Campo santo...

Que já não sabe o que faz...


Mas o que há de novo?

Nem imprevistos...

Uma vida sempre igual...

Oscilando entre o bem e o que há de mal...


O tempo se alonga e também para todos os dias...

Estranha situação...

Sem explicação...


Tédio extremo da desgraça...

Aguardando os fins de semana...

Para saber se algo muda...

Porém continua a sanha...


Vácuo noturno...

Fantasmas desfilando em espectros sudários...

Seguem pelas ruas cantando...

As horas mortas das fantasias perdidas...


Na floresta dos sonhos...

Atravesso no escuro...

Mundo estranho...


Alma que de aspirar em vão delira...

Onde está a lua?

Ilusão pura...

Cadê as estrelas?

Sumiram...


A minha eterna angústia de revolta...

Cabelos brancos dai-me, enfim, a calma...

De morar em uma cidade morta...

Que segue cantando pela rua...

As saudades mortas...


Cobra comendo cobra...

Irmão corrompendo irmão...

Nas cordas de um violão...

A vaidade se enrosca...


A meia noite a vida encerra...

Nem rosto atrás das vidraças...

Na manhã seguinte o féretro anuncia...

Semana que vem tem festa...


E a juventude passa...

Enquanto juntam as moedas...

Arrotando suas grandezas...

Enquanto à mesa...


Perdoai meu Deus...

A minha triste esperança...

Transformai meu coração seco...

No coração de uma criança...


Ah que saudade...

Da inocência perdida...

Hoje apenas sobrevivo...

Escondendo minhas feridas...


Ah lugar que nasci...

Lugar que me criei...

Acordai antes que o tempo tudo consuma...

Da vida que foi e hoje não é...


Sandro Paschoal Nogueira

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