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sexta-feira, 16 de junho de 2023

Pressupondo


 

Por vezes quando o tempo passa...

Em horas dentro de mim...

Passa um nada meio acontecido...

Uma saudade que não tem mais fim...


Na penumbra de minha casa...

Escondido sob o luar...

Na artéria estendida do silêncio...

No vão do patamar do tempo...

A procurar...


Pressupondo um olhar para trás...

Por tudo o que eu vi e sei...

No curso veloz da vida...

Corri, subi e voei...


Agora grito...

Para rasgar os risos que me cercam...

Insensatos...

Não me servem de consolo...

Tolos...

Inúteis...

Pueris...


Fartam-me até as coisas que não tive...

Fartam-me com tudo o que sonhei...

Fartam-me o tanto que desejei...


Outrora escalar os céus,  imaginei...

Tudo era igual...

E tudo me ruiu...

E entrei abandonado na esperança...

Entreguei -me a ela e ela me possuiu ...


Em combustão secreta...

Ao silêncio me abri...

Hoje entre as pedras procuro...

Aquilo que perdi...


Não paro...

E se necessário volto atrás...

Quantas vezes necessárias forem...

Até  reencontrar...

O que nunca esqueci...


Dizem todos que é loucura...

Bem isso eu sei...

E muito ouço e muito já ouvi...

Tenho um caminho marcado...

E se agora não encontro...

Vou procurar no passado...

Revolvendo as cinzas...

Até descobrir...


Sandro Paschoal Nogueira

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