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segunda-feira, 26 de junho de 2023

Enganos


 

O meu coração desce...

Na tua ausência como um caixão à cova…

Sob o fustigante látego do esquecimento...

De dor violenta e não tão nova...


Que apego ainda mantenho?

Alma egoísta e fraca sou...

Desventuras que ouço...

E de tudo que passou...


Todos os dias de ti ouço falar...

Novo assunto sempre aparece...

Vil gênio me atormenta e a indignação me inspira...

E o povo que me beijava...

Era o mesmo que me enganava...


E tu, tu não te abrias...

E com olhares para outros sorrias...

E cego por ti fiquei...

Das horas à sombra dos teus gestos que fiquei...


Hoje canto e choro amargamente...

E a dor, indiferente, se faz latente...

A mesa posta a tua espera continua...

Embora meu sorriso tenha sido apenas um brinquedo...

Destruído pelas mãos tuas...


Sandro Paschoal Nogueira

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