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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Palco

 



Dono de quê?

Se nem dono de mim eu sou...

Sonhos confusos...

Almejando ao coração ressuscitar...

Com tão pouco tempo a pensar...


Devaneios em barcos de desejos a qual me entrego...

Só assim me reconheço...

Quando a vida com o látego me fustiga...

Finjo não ver a realidade sentida...


Na pura ausência das coisas...

Um palco: eu e a lua...

O terror de pensar no fim da peça...

Louvando por estar em cena...

Ainda...


Mas o futuro insiste e persiste...

Em rasgar as cortinas...

Escurecer as estrelas...

Devorar a noite...

Massacrar o dia...


Na arte de perder-se não há nenhum mistério...

A cada dia um pouco perdemos...

Embora, até o momento, não percebi o quanto tenha mudado...


Quem me quiser que me chame...

Ou que me toque com a mão...

Antes que a peça termine...

E só reste silêncio e escuridão...


Sandro Paschoal Nogueira 


facebook.com/conservatoria.poemas

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