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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Desabitado

 



#DESABITADO


Prazeres acomodados...

Gostos passados...

Amanhã já não vê...

É mofado o desejo...

Vive por viver...


De esperança em esperança...

Ansiando mudanças...

O brilho foi apagando...

Hoje já não sonha...

Não sabe mais o que fazer...


Quando a vida passa...

Lentamente se escassa...

E logo a maior vontade...

Morre...


Ferida que dói...

Que a alma corrói...

Andar solitário entre gente...

Acostumando, nem sente...

Achando-se diferente...

Nem percebe estar doente...


Um não sei o quê...

Sem saber porquê...

Então se esconde...

Mudando o ser...


Do mal ficam as mágoas e as lembranças...

Do bem, só a saudade...

O tempo sobre os ombros fica pesado...

Sofre sem perceber...


Enfim...

Converte em choro o canto...

O lamento é seu hino...

Há muito está morta a criança...

Sua luz apagou...


Seu sorriso e lágrimas secaram...

Plantou terrível destino...

Em si já não pode descansar...

O que lhe resta...

Ninguém pode explicar...


Sandro Paschoal Nogueira 


facebook.com/conservatoria.poemas

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