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terça-feira, 3 de agosto de 2021

O acendedor de lampiões

 O #ACENDEDOR DE #LAMPIÕES







No silêncio do ontem...

Entre ventos a soprar...

Saudoso de  tempo que não volta mais...

O acendedor de lampiões vem lá...


Em namoro com a lua...

Em vielas e ruas...

Nos becos mais escuros...

Junto as tabernas ou cafés...

Casarões antigos...

Cabarés...

Em cantos silenciosos...

Entre alguém e ninguém...

Um a um acende...


Tão cedo no céu a fornalha se aurora...

Retorna lentamente...

Vagando entre as sombras...

Que espreitam insatisfeitas...

O adormecer das estrelas...

No baile das horas...


Não sabe ele...

Nada pode testemunhar...

Da vida pulsante oculta...

De madrugadas de luar...


Muitas vezes o tormento...

Incendeia a paixão do tempo...

Quando a alma precisa de um momento...


Em caminho tantas vezes percorrido...

O acendedor sente saudades de abrir a janela do coração...

Bendita, malvada vida...

Em acender e apagar o lampião...


Suas imensas lembranças...

Silenciosamente dentro dele começam a ecoar...

Algumas oprimem seus sonhos...

Outras o fazem sonhar...


Na rotina dos dias, meses e anos...

Deseja prender o tempo...

E do que lhe resta tão pouco...

Sem perceber muito dá...

Em seu passeio noturno...

Ele faz tudo brilhar...


Sandro Paschoal Nogueira 


facebook.com/conservatoria.poemas

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