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sábado, 19 de outubro de 2024

Vagar


 

Imenso e fundo...

Desta meia vida...

Olhando o mundo...


Não põe fé...

Ao que observa e recolhe...

Em busca do que sonha...

Ou no que pensa que é...


Nu...

Sem cárcere e sem véu...

Em que tudo é força e calma...

Por obra da misericórdia...

Agarra-se a Deus...


Vida...

Em pedaços repartida...

Entre chegadas e partidas...

As saudades abrem as feridas...


Amarras...

Loucuras...

Perto ou distante...

Reconhece e inventa...

Nas palavras que diz...

Sua ventura...


Onde é que dói este  ferimento mortal?

Passa perto...

Passa longe...

Entre o bem e também o mal...


A luta é  apenas uma espécie de regresso...

Um sopro...

Um alento...


A terra que não muda...

Dá a vida e devora...

Apenas segue...

Entre as perdidas horas...


E de súbito...


Na rua que segue, tropeça...

Ri da noite embebecido...

Afinal o ocorrido...

É apenas mais um tropeço...

Dos sonhos e enganos...

Do menino desconhecido...


Vê...

Que aida há pouco...

O vento limpara o céu anoitecido...

E assim no tempo de não sei quando...

Às estrelas confessa o teu tédio...

De ver o longe tão perto...

E não achar-se reconhecido...


É só um vagar...

Entre uma lágrima...

E um sorriso...


Sandro Paschoal Nogueira

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