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domingo, 13 de abril de 2025

Babel


 

Tenho os lábios secos...

Arde-me a cabeça...

Tenho febre...

Vejo o presente, e também o passado e o futuro...

E tudo me assusta...


Já nem sei mais o que digo...

Penso em deixar de pensar...


Trago perdido o que o espelho não mais retrata...

Sem o cortejo das estrelas...

Sem o que me enfeita...

Inocência...

Aonde deixei ficar?


Vens oh lua...

Espantas com o teu clarão as sombras que me perseguem...

Todos os lugares são o mesmo...

Com um coração que tem que pulsar...

Dizer a Verdade quem poderá? 


E do esquecimento inviolável...

Nas trevas sondo, fixo e absorto...

Interrogo o intrépido destino...

Além das cousas transitórias...

Das paixões e das formas ilusórias...


Em meu refúgio...

Continuo sonhando...

Onde me perdi...

Também me encontrei...

E dos cálices de absinto que bebi...

Nessa Babel velha e corrupta...

Muitos outros sei...

Que ainda os beberei...


Sandro Paschoal Nogueira

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