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terça-feira, 30 de maio de 2023

Conversa de botequim

 



Ah...

Essas conversas de botequim...

Sem princípios...

Sem meios ...

Sem fim...


Só gente e coisas...

Tudo misturado...

Com ares fétidos...

Com fumo e álcool...


Que matou?

Quem violou ?

Quem queimou e quebrou?


Os copos balançam...

No ritmo dos corpos...

As línguas enroladas...

Cadê o bom moço?


Algum homem digno de ser possuidor?

Do que é oferecido?

São assim o sol, a lua, as estrelas proibidos?


Escolham novos amantes...

Como tragam suas bebidas...

Bêbados...

Babando ...

Contando suas feridas...


O bom não é bom, a não ser

que mil coisas o possua...

Escondem a aflita dor...

No fundo dos copos das bebidas...


Uma certa quantidade de gente à procura...

Perdendo-se entre vozes altas e lamúrias...

Enquanto aparecem os poetas à procura...

De também esquecer suas desventuras...


Amor querido...

Quando teria eu interrompido esse sonho feliz?

Mesmo por ti abandonado...

Entre os ébrios...

Ainda te quero bem...


Olhe-me nos olhos...

E por favor...

Por favor...

Não vá embora...


Sandro Paschoal Nogueira

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