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quarta-feira, 15 de março de 2023

Amorfo

 



Vinha em lua minguante...

Em um baile que não existiu...

Caminhou à sombra de luz moribundas...

Ninguém o viu...


Ainda que o grito sufoque a garganta...

E que os anos vividos lhe pesem nas costas...

Esboça um sorriso franco...

Sob as pedras que jazem mortas...


De coração confundido...

A noite trocou e dispersou os amigos...

Silêncio e respiração mais nada...

Se é milagre existir...

Olhando em seus olhos imagino...

Um vazio...

Um abrigo...


O que eu amo não sei...

Amo em total abandono...

Quisera eu o poder amar...

E sufocar sua solidão...

Resgatando-o desse amorfo sono...


Sandro Paschoal Nogueira

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