Em noite silenciosa e morna...
Pela estrada a fora...
Seguia #o #pároco...
Passava já despercebida a grande hora...
Sob a luz dos astros...
De negro se vestia...
Consigo um guarda-chuva sempre trazia...
Ia ao encontro de palhoças escondidas...
Em eiras por muitos esquecidas...
Passava por entre ramagens...
Por vilas e cidades...
Cachoeiras, rios, bosques e florestas...
Não faltavam grandes obstáculos...
De espectro errante...
Levava àqueles tristes...
Uma alegria quase extinta...
Sua casa era pequena...
Branca, muito branca...
Em noites prateadas...
Resplandecia em miragem no luar...
Pequeno sino...
Em manhãs e tardes...
Sempre presente a soar...
Para eles todas as portas se abriam...
Dos palácios ao mais pobre casebre...
Suas palavras eram de conforto...
Em sorriso que oferecia...
Se por um instante alguém de Deus esquecesse...
Pela vida sofrida...
Em breve surgia...
Essa alma sentida...
Trazendo consigo a esperança...
Nas suas palavras ditas...
Em seu brilho no olhar...
Diante das lágrimas contidas...
Ou em cântaros derramados...
Para ele toda manhã era para ser vivida...
Cabe a mim agora ...
Chegar ao fim dessa história...
Numa tarde dourada...
O sino não tocou...
Todos foram ver o silêncio estarrecedor que presente se fez...
Nenhuma ave no céu voava...
Cachoeiras e ribeirões entre si murmuravam:
- Não existem anjos na terra...
- Deus chamou...
Se existe saudades no céu...
É para lá que o vento o levou...
Sandro Paschoal Nogueira
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