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domingo, 8 de junho de 2025

Espera


 

Eu não sofro, meu amor...

Espero-te apenas...


Os ventos me arrastam...

Não é fácil amar o vencido...

Amo e não sou amado...


Onde hoje me sentei a perguntar...

Que sortilégio a mim próprio lancei?

Tenho esta contemplação...

Mas não chego a desfazer...

Das velhas ilusões que achei no meu caminho...


No desolado coração...

O vácuo mudo adormece o meu  pensamento...

Porque na noite, farto de sofrer…

Interrogando o destino...

A sua sombra escondida...

Procuro e não encontro...


E perante esse abismo...

Da única realidade no momento possível...

Escondendo os meus gritos...

Continuo a te esperar...


Sandro Paschoal Nogueira

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Escorpião


 

Libidinosas noites tive...

Ingênuo tal qual escorpião...

No abraço do meu inimigo encontrei...

Mais afeto que a um irmão 


E andei por todo um mundo...

E pelo menos pensei...

As imagens que as vi...

Por tantas encontrei ou tantas outras que perdi...


Não sei se ainda estou...

No que fiquei a sonhar...

Em névoas que adormeci...

Será que despertei alguma verdade ou com mentiras me cobri?


Ando já sem descansar...

Na vida  sem dormir...

Anseio que rasga o meu peito do que já vivi...

Daquilo que eu quero...

De tudo que já não sinto...

De tudo que já senti...


Tudo quanto eu pedira...

Tudo quanto ambicionara...

Tudo quanto pouco ou muito eu amara..

Com que ergue-se o destino...

Entre o tudo e o nada...

Da sorte desejada...

Ou da que está por vir...


Tanto andei...

Em estradas que julguei sem fim...

Lugares deserdados...

Sempre sonhando,  tendo fé...

Pouco desisti...


Nada sei...

Nada valho...

Entre tantos embaraços...

Será que muito ou nada faço?


De tanto que me arrependi...

E que faria ou não novamente...

Tudo amo...

Pouco compreendo...

Assim como tu...

Apenas sigo...

Um pouco...

Aprendendo...


Sandro Paschoal Nogueira