Ando lá sem descansar...
Entre as pedras que me fitam...
Inertes como dantes...
Nunca vão me consolar...
E rio...
Tal como andorinha...
Abro meus sonhos a voar...
Mesmo que a dor rasgue meu peito...
Pelo que não vai voltar...
Tenho amor, sem ter amores...
Este mal que não tem cura...
Já não sei se estou contente ou triste...
É o mal e é o bem que me apura...
Fico à espera de novidades...
Pois não confio em promessa alheia...
Palavras para mim em ferro e fogo devem ser forjadas...
E não na areia somente rabiscadas...
Na pele das serpentes...
Conheço muitas...
Ou entre as sombras da madrugada...
Nem promessas e nem riquezas...
Espero de gente dissimulada...
Porque só aquele que sabe...
Que nada tem e que nada possui...
Não se ilude com falso esplendor...
E também não se engana com gente de baixo valor...
Sou do tamanho do que vejo...
Tenho projetos e ambições...
Ao vento não conto meus segredos...
E só confio em Nosso Senhor...
E assim entre as pedras sigo...
Aos solavancos do destino...
Enquanto passo sorrindo...
Enquanto elas só me fitam...
Sandro Paschoal Nogueira
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