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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Prelúdio

 



Perfumes de pecado...

Oras eu os sei...

Minha prisão de viver...

Inúteis as noites da minha rua…

Sem antes conhecer você ...


Rituais que previ...

Pleno de desejo e de ciúme...

Abismo do seu ser.

Sou saudade do longe donde vim...

Sou esperança por estar junto a ti...


No caminho da vida...

Fui outro, e, outro sendo...

Outro serei...

Tenho fantasmas não tão educados...

Que não sei eu...

Se são casados com o diabo...


Perguntaste-me outro dia

Enquanto olhava-me admirado...

Se a vida me comprazia...

Se eu desejava mudar meu fado...


Menti naquela hora...

E disse que não sabia...

Que te importa afinal...

O bem que me acalenta...

Ou que me fustiga o mal ?


De olhos vagos e perdidos...

Nos olhamos sem nos ver...

Quase tudo passa...

E tão pouco fica...

Dê-me alívio às minhas feridas...


De que são feitos os dias...

Pequenos desejos...

Ou  mágoas sombrias?


O bem que nunca fora...

É o mal que se avizinha...

Mas enfim no que me é guardado...

São meus sonhos conturbados...

Alguns se perderam...

Outros na sarjeta foram jogados...


Anda, vem...

Nem todo prazer é pecado...

Da vida não tenho muitos jeitos...

Só saudades e embaraços...

Junto ao teu peito...

Me perco e me esqueço...


Olhando todos os céus...

Choram em mim os seus presságios...

O maior sonho que acalento...

É por ti ser amado...


Tudo que sou,  sou prelúdio...

O resto foi o que eu não quis...

Como se o tempo fosse um sentimento...

Entre os teus braços enlaçar-me mais...


Sandro Paschoal Nogueira

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