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segunda-feira, 15 de julho de 2024

Fantasma

 



Desconheço...

Sou eu poeta?

Cenário dolente...

Embora me divirta...

Aqui, coração que andou entre os homens, arranco...

Ando à deriva na fonte de muitos olhos...

Movendo-me aqui e agora entre contornos vivos...

A minha prisão de viver são perfumes de pecado...

A grande inteligência é sobreviver...

Entre o murmúrio dos esgotos...

Rotina...

De longos braços estendidos...

Velhos desejos recalcados...

Espantos e receios...

Escondidos em leitos sangrentos...

Disfarçados em diálogos sonolentos...

Provisórios dias do mundo a ti pergunto:

Sou eu poeta?

Desculpai-me esta face...

Serei eu só mais um fantasma de tudo?


Sandro Paschoal Nogueira

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