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sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Deslumbramento


 

Entre tantas misérias...

Poucos buscam a Verdade...

A grande maioria apenas ora...

Contentando-se com o sorriso que chora...


Deslumbramento...

De rudes caminhos...

Murmúrios entre as sombras e os ninhos...

Enquanto os anos passam...

E a vida segue em desalinho...


Tudo na vida está em esquecer...

Ou não,  o dia que passa...

Tua vitória está em saber que não é hoje...

Amanhã será?


Nos desafios do tempo...

Esmorece a esperança...

E na violência que chora...

Não te culpas, mas culpas as horas...


Mas se faz no seu cuidado...

O bem que apenas em sua alma retrata...

Sedento de justiça...

Justiça torta...

E malfadada...


E tendo passado a vida...

E tão pouco compreendido...

Onde se oculta o pavor...

De tão pouco ter aprendido...


Eco...

Vai o grito da cegueira...

Perseguindo a funesta sorte...

Fugindo da morte...


O coração já não sente...

As asas da fantasia...

Agora já perdida...

Busca nas esquinas...

Enganando-se todos os dias...


Mas não desisti da estranha jornada...

Imposta pela sua má vontade...

Não lhe depara o gozo...

Só chora saudades...


Alma de vácuo imenso e fundo...

E desta meia morte...

Continuas a olhar o mundo...

Platéia das cousas mortas...

De vento que sopra...


E responde sorrindo à cruel realidade...

Disfarçando a perdida mocidade...


Perdido estás...

Sob estranho véu...

Pedindo aos céus...

Um novo amanhã...


Sandro Paschoal Nogueira

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