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sexta-feira, 7 de junho de 2024

Juras


 

Minha luta é dura...

Olhos cansados por verem  a terra que não muda...

Porque o melhor de meu mal está todo no cuidado...

Do que foi-me tomado...


E a noite que se avizinha...

Mostrando-me a face obscura...

Faz-me juras...


Mordendo o fruto das manhãs proibidas...

Um sossego como se nada existisse....

Assim o tempo escoa...


Me perco a pensar o que isto significa...

Que importa! 

Ninguém sabe...

Dá-me um estranho ar de loucura...

Um vazio...

Inesgotável procura...


Mistério mais audaz da minha vida...

Em que todos os venenos estão contados...

Meu prêmio e meu castigo...

Anseio delirante...

De intensa saudade...

Que tanto sinto...


Ah...

Ilusão sombria...

Amor sem fruto...

Do pensar na vida...

Fuga perpétua...

Despedaçar...

Emendar...

A pressa contida...

Só para mim, que vou comigo...


Quero nesta noite...

E nas noites vizinhas...

Que enfim as estrelas...

Dêem-me suas graças infindas...

E assim...

Deixando de sere tão escura...

Já não me pesem...

O  cansaço de meu olhar...

Sob juras...


Sandro Paschoal Nogueira

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