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segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Perdido


 

Quem é amado deve...

Quem ama pede...


A lua se insinua...

Entre vielas escuras...

Há fogo que devora...

Que mata e que dá...


Arde a cabeça...

Enquanto o olhar vaga...

Nem entre as estrelas encontras...

O que procuras...


Só porque houve outrora...

No presente indeciso vives agora...

Será que haverá o futuro,

Do que necessitas e sonhas ?


Procura o ar onde a respiração é doce...

E canta para afugentar a tristeza...

Porque és do tamanho que vês...

Porque sentes a falta do que não tens...


Vaga..

Longe de todo céu...

E no inferno onde abitas nada encontra... 

O verme da agonia te devora...

Onde estás afinal,

Nessas horas mortas?


O nevoeiro é tão grande...

E o final não encontras...

Sim...

Tu bem sabes...

Tendes total culpa...


Entre o temor e o espanto...

Reconhece o amor perdido...

Peito endurecido...

Por mostrar-se soberbo e presumido...

Feristes e não percebeste o real sentido...


Tendo o teu erro algum desconto...

Saberia que sendo amado deve...

E que amando...

Deveria ter pouco pedido...


Agora buscas a noite escura...

Cujo medo te afigura...

Tão certa desaventura...

De vagas esperanças...

Nem mesmo te ajuda a lua...


Sandro Paschoal Nogueira

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